segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Quando eu era criança, o homem mais poderoso do mundo era o guarda-chaves!

Ele tinha o poder de colocar nos trilhos certos trens de passageiros ou de cargas compridos que nem grande cobra serpenteando margens de rios e montanhas. Andava de uniforme que lhe conferia autoridade, lanternas e umas ferramentas especiais. E para mim, criança, o mais interessante é que ele cumpria sua tarefa quase sempre quando os trens ainda estavam longe, seguindo ordens de alguém muito importante também naqueles tempos, o telegrafista.

Quando o trem apitava na curva, expressão que em Ouro Fino era literal, ele voltava pro seu posto na Estação. A casinha da foto, o abrigava nos dias de chuva. Não existe mais, assim como os trilhos. Só mesmo a Estação. Esta foto, tirada em 1970, quando havia ainda algum movimento de trens, é para lembrar do tempo que eles determinavam as horas das refeições, dos casamentos e até dos enterros.

Tudo acontecia antes ou depois de suas demoradas manobras na Estação que praticamente divide a cidade mais antiga, a que fica morro acima, da parte mais plana (claro até encontrar outro morro!) com suas ruas e a avenida já caminho de sítios e fazendas. Quase sempre eram vários trens a chegar e a partir, de carga ou de passageiros. Nossa diversão era acompanhar engates e desengates de vagões e locomotivas, a alimentação das fornalhas (sim! eram Maria Fumaças) e também dar adeus aos que iam até que cabeças, braços e lenços desaparecessem depois da primeira curva.

Saiba mais

Guarda-chaves - Empregado ferroviário encarregado de manobrar e vigiar as chaves dos desvios nos entroncamentos das linhas.

Estou também aqui: http://twitter.com/clarafavilla

4 comentários:

  1. Flavinha, você já visitou os bairros que existem pelo lado da avenida? Atrás do Santo Cruzeiro. Realmente a cidade nova está por ali.
    Quantas crianças! É ali que a cidade está crescendo e como dizia meu pai: "ali está o "celeiro de São Paulo". Quando crescerem o destino das crianças será sairem de Ouro Fino".

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  2. Clara, eu ficarei lisonjeado com seu seguimento ao meu humilde blog!
    Abraço

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  3. O mais importante eu esquecí no post anterior: o endereço!
    É http://qualoverdadeirosentidodavida.blogspot.com/
    Abraço

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  4. Eu me lembro muito bem desse local! Aí estão os trilhos da RMV - Rede Mineira de Viação. Essa casa de esquina deve ser o começo da subida da rua Sebastião Pires e acho que era uma fábrica de pisos e ladrilhos. Nossa casa era a 2ª para cima e ocupava quase toda a quadra (em frente aos Pôrto). Meu pai, João Nivaldo Milito, foi gerente do Banco do Brasil de Ouro Fino de 1956 a 1962. A rua 13 de maio, logo acima, era também conhecida como rua da Cata (do ouro). Nessa rua lembro-me da sorveteria do Ádio, do Bar do Paulo (Paulo Clefi?), além do Éden Clube. Subindo a rua Sebastião Pires, havia a casa do Evaldo Muniz Cirillo, de onde eu não saía. Meus irmãos José Nivaldo, Graziela e Ana Lúcia estudaram na Escola Normal e eu no grupo Cel. Paiva. Clara, coloquei seu blog nos favoritos e vou sempre verificar as novas postagens, ok? E mui breve retorno a Ouro Fino para um passeio!
    abraços desde Brasília.

    Paulo Cesar Milito

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