sábado, 12 de setembro de 2009

Lembranças da Escola Normal de Ouro Fino

Este Blog tem me permitido recuperar lembranças queridas. De quem tenho notícias? Imaginem vocês! da querida Dona Guilly, professora de Educação de Educação Física da Escola Normal de Ouro Fino. Aos 95 anos continua morando em Ouro Fino.

Eu me encantava ao ver as meninas da Escola Normal, sob o comando da Dona Guilly, treinando vôlei ou câmbio (uma espécie mais simplificada do mesmo jogo) ou exercitando-se com arcos e bolas para desfiles comemorativos pela cidade. Meus tios Amélio e Luiza moravam vizinhos da Escola. Ela era cheia de energia e muito firme quanto ao cumprimento das tarefas por suas discípulas.

Quem me deu notícias de Dona Guily foi a sobrinha Inah que deixou a cidade em 1970 e mora, atualmente em Santo André (SP). Inah, pesquisando na internet sobre a nossa inesquecível Escola Normal que, no ano que vem, completaria cem anos, encontrou este Blog e me contatou por e-mail. Tanto ela como meu primo Amélio Favilla estão empenhados em ajudar a reunir documentos sobre a Escola. Fotografias pordem ser encaminhadas para o seguinte endereço:
eefef@yahoo.com.br.

Saiba mais:
Oswalda Guilhermina Jardim,
mais conhecida como Dona Guily, é educadora, servidora pública e artista plástica. Filha de Eugênia Brandão Sanches de Lemos e Constante Ferreira Jardim, neta pelo lado materno de Sabino Sanches de Lemos e Guilhermina Leocádia Brandão e pelo lado paterno de Pacífico da Silva Jardim e Deolinda Ferreira Jardim, nasceu em Ouro Fino, Minas Gerais, em 12.maio.1914.

Em entrevista à coluna "Viveu o Século XX", da Folha de Ouro Fino, jornal que circulou entre 2000 e 2002, relatou que o pai, ainda jovem, mudou-se do estado do Rio de Janeiro para Minas, para se livrar da epidemia de febre amarela que dizimou grande parte da família no final do século 19. Veio para Francisco Sá, ponto final da linha de trem, conforme prometeu na partida. A chegada do trem era o grande evento do local, e seus pais se conheceram ali.

Dona Guili recebeu do pai o nome de Oswalda, em homenagem a Oswaldo Cruz. A escolha não foi comunicada à família e a menina passou a ser chamada apenas por Guilhermina. Daí a origem do apelido carinhoso, Guily. Teve, segundo conta, educação rígida, e foi uma criança tímida, mas muito feliz. Seu pai influenciou-a decisivamente: "Ele trabalhou muito pela cidade e região, inclusive na instalação da rede hidráulica da cidade, no traçado das ruas e avenidas de Ouro Fino, abertura de estradas até a cidade de Campanha, e ajudou na organização dos Correios", contou.

Dona Guily, a primeira à esquerda, com colegas de turma da Escola Normal, anos depois da formatura. Segundo Paulo Afonso, a primeira à direita é Ditinha Almeida, prima dos nossos pais, que morava em Campinas e faleceu recentemente. A segunda à direita é Maria José de Souza Gissoni, professora de Português. A terceira, também contando -se a partir da direita, é Dona Dolores Volpini. Ele me disse que ainda vai se lembrar do nome de todas.

- clique na imagem para ampliá-la -

Dona Guili chegou a ser diretora do Grupo Escolar Coronel Paiva, onde estudou e foi alfabetizada pela professora Rosaldina Rossi, numa época em que as crianças tinham de material escola apenas uma lousa de pedra e giz. Depois de formada, juntamente com outras colegas, foi o braço direito de Marta Jardim, sua irmã, no Grupo Escolar Bueno Brandão.

"O meu trabalho não era remunerado. Mas eu gostava de ajudar e trabalhava com muito gosto", contou. Por questões políticas, a escola não recebia verbas do governo, não tinha móveis e tudo era feito pelas professoras com caixotes. Mas era "uma beleza", e encantou inclusive o secretário de governo que visitou Ouro Fino e, por isso, resolveu promover a escola a Grupo Escolar. Dentre os colegas da época, ressaltou Dulce Ferreira, Irene Pitaguary, Marta Jardim, Pedro Torriani e Tosca Bailoni.

Dona Guily foi professora também de artes, música, ginástica e representação teatral, especializando-se no ensino de hinos aos alunos. Participou de cursos de aperfeiçoamento em Belo Horizonte e aprovada em exames específicos, conforme certificado conferido pela Universidade do Brasil - Escola Nacional de Educação Física e Desportos em 12.agosto.1949. Em 27.outubro.1950, assumiu a cadeira de Educação Física na Escola Normal. Foi ainda Inspetora de Ensino Primário e, posteriormente, passou a prestar serviços no Cartório Eleitoral de Ouro Fino, até se aposentadar.

Sua caligrafia perfeita é admirada. "Minhas mestras me ajudaram muito, mas eu adoro estudar as letras, por isso consigo fazê-las tão bem", relatou. Muitos certificados de batismo da cidade foram preenchidos por ela.

Este post foi publicado em 20 de junho deste ano, no meu blog mais antigo:

http://clarafavilla.blogspot.com (O mundo é plano)

2 comentários:

  1. Parabéns Clara!estava buscando imagens da E Normal e encontrei estes assuntos que li e admirei muito!Neste sábado,10-12-11, a turma de normalistas formadas em 1971 se reunirão para comemorar os 40 anos de formatura.Será um grande encontro onde prestigiaremos o que esta escola representa e representou para todos nós! Julieta Burza, Leide Guimarães estão entre os convidados.Continue seu trabalho que está muito bom!Ana Maria.

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  2. OI Clara, tudo bem? Você tem essa reportagem os 100 que fizeram o século? Um abraço, obrigada. Zília.

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