quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Mais carros e motos, como em toda a parte...

Tem paisagens das cidades que chamamos de nossas que pensamos eternas, de tão fortes... Nunca imaginei, até meus vinte anos, que este local virasse estacionamento, que os trilhos e dormentes da linha férrea simplesmente desapareceriam como se nunca houvessem existido. Que também desapareceria a casinha do guarda-chaves, o vigia dos movimentos dos trens, a figura imponente do chefe da Estação...

Quando os trens de carga e passageiros pararam de circular, ainda restou a esperança de que algum por ali restaria, mesmo que fosse para passeios turísticos pelos arredores tão bonitos de se ver... Mas teve um tempo que Ouro Fino pareceu condenado a perder a importância como cidade. Foi grande o exôdo para São Paulo, Paraná e Brasília,a nova terra prometida.

Muitos dos que ficaram, na impossibilidade de promoverem mudanças necessárias, começaram a se incomodar com a linha férrea que um dia havia colocado a cidade no mapa, ligando-a ao Rio de Janeiro, a São Paulo, ao sul do Brasil, indo até Anápolis, no centro-Oeste, quando Goiãnia nem existia. Trilhos e dormentes pareceram,então, sinalizar o atraso, a impossibilidade de progresso, e enquanto não foram retirados para um destino nebuloso, não houve sossego. Infelizmente, porque Ouro Fino e outras cidades da região poderiam estar, hoje, integradas por uma histórica e rentável linha férrea turística.

Outro sinal dos novos tempos é a presença crescente de motos de todos os tipos e tamanhos, na cidade.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Poder aquisitivo maior muda a cara do varejo das cidades do interior...

Olha só! Aqui neste supermercado da Rua Guarda-Mor Lustosa, a que passa em frente à antiga estação ferroviária, encontra-se de tudo em termos de produtos e marcas. E este supermercado não é o maior da cidade. Tem lá em cima do morro, de frente para a estrada que liga Ouro Fino a Belo Horizonte e São Paulo, o Shimoda que pertence à rede Unisul, presente em várias cidades paulistas e mineiras.
As fotos ficaram péssimas, mas resolvi postá-las mesmo assim, em tamanho pequeno.
Pensar que nos meus tempos de criança o que existia eram aquelas pequenos armazéns de Secos&Molhados que vendiam basicamente o mais indispensável "no picado". Feijão era a litro, não a quilo. Para comprar óleo comestível levávamos a própria vasilha. Azeitonas ficavam boiando em tinas imensas de água salgada.

Aí, na década de 70 começaram a aparecer os ainda tímidos Pegue e Pague que ensinaram os consumidores a se servirem diretamente das prateleiras que ainda não chamávamos de gôndolas. Todo mundo estranhou não ser servido por vendedores, muitas vezes donos do próprio comércio, que reservavam sempre um dedo de prosa para cada freguês. O comércio self service também iniciou o processo de aposentadoria das velhas cadernetas de compras no fiado.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Circolo Italiano de Ouro Fino...

A festa italiana que anulamente é promovida pelo Circolo de Ouro Fino já é famosa na região e está no calendário turístico da cidade.
Os banners acima têm o nome das famílias responsáveis pela festa deste ano, muito bem organizada: Bonamichi, Coldibelli, Favilla e Marinello. Os Favillas são originários de Lucca, linda cidade de uma das mais lindas regiões da Toscana, cuja principal referência é Florença (Firenze), o berço do Renascimento.


Visitei a sede do Circolo, na quinta-feira, 30/10, para comprr ingressos de uma festa menor, também promovida pelo Circulo, no Montanhês Club. Na festa foram servidos deliciosos antipastos e pães italianos. Mas o prato quente foi um caldo bem brasileiro.

O vinho foi um dos Valpolicella, suave e frutado, da região do Vêneto, onde ficam a famosa Verona, cidade de Romeu e Julieta, e a famosíssima Veneza, a cidade dos belos canais e da Praça São Marcos. Meus avõs, maternos, Marietta e Ferdinando, são originários de Begosso, uma cidadezinha de 2.500 habitantes, perto de Verona.

Sou apaixonada por essa casa...

Reparem com está bem cuidada!
O muro lateral indica que o quintal ainda existe.
Na lateral da direita tem um alpendre e um jardinzinho.
Nesta casa morava uma senhora que fazia acabamentos que enfeitavam as faixas dos nossos vestidos, quando crianças.
A casa fica na Rua Guarda-Mor Lustosa, quase em frente a antiga estação ferroviária.

Reforma cortou janelões pela metade....

Mas na lateral, eles sobrevivem!
Relevos imitam colunas que até tem capitéis...
Bonito!

Casarão dos Rossi

Detalhes fazem a diferença. A cor amarela também...
Os Rossi são uma das famílias mais antigas das que se estabeleceram em Ouro Fino. Pasmem, mas este casarão (já publiquei a fachada aqui anteriormente) foi construído em 1902, quando as casas de pau-a-pique da cidade estavam sendo substituídas por construções mais estruturadas ao estilo italiano.
Na fachada detalhes que fazem a diferença...
No casarão, funciona, há anos, o restaurante Don Paolo.

A beleza nos detalhes...

Esta é a casa da família Megale. Reparem nos adornos da fachada...
Os adornos dão leveza e ao mesmo tempo sustentam os janelões.
Lá em cima um "medalhão" com o M de Megale.
Este outro casarão imponente tem a varanda enfeitada por pinturas na parede.

domingo, 1 de novembro de 2009

Casa da tia Isolina

Como já disse, muitas casas da Avenida Delfim Moreira, que na minha infância nem calçada era,estão sendo transformadas em pontos comerciais. Outras estão sendo derrubadas sem dó nem piedade para a construção de prédios maiores, também para instalação de lojas.

Mas a casa da minha tia-avó Isolina, continua intacta e me parece que permanecerá assim por algum tempo. Tia Isolina era uma das irmãs mais moças de minha avó Venerina. E também ganhou seu quinhão das terras do meu bisavô Ferdinando Marcílio para a construção da casa onde, casada, criaria os filhos: Noly, Henry e Eckel.

A casa onde minha mãe nasceu...

Internamente ainda é possivel adivinhar todos os cômodos da casa feita pelo avô italiano Giuseppe Pellicano para abrigar a família que constiuíria como Venerina Ceccon Marcílio. A pequena sala de visitas , a sala de jantar, a cozinha, o quarto grande onde todas as meninas dormiam juntas: Tereza, Nair, Elza e Isolet...
A escadinha que saía da cozinha e dava para o quintal quase uma chácara...
Mas por fora, muitas mudanças aconteceram nos últimos dois anos. O que era uma casa espaçosa e cheia de delicadezas como as grande janelas envidraçadas, a concha marinha símbolo da beleza, enfeitando a fachada, virou ponto comercial. O depósito de fumo, a construção aenxa à casa, virou garagem e agora depósito do comércio de produtos agropecuários, o Celeiro.
Todas as janelas foram arrancadas. Também foi demolida a escada da entrada lateral para se adentrar à sala de visitas.
A parede lateral agora não passa de um imenso out-doo. E o que era jardim virou estacionamento.