sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Minha primeira "palestra", mais uma conversa, foi no Coronel Paiva onde estudei...

Foi com muita emoção que passei por essa linda entrada do Coronel Paiva para meu encontro com os alunos da professora Célia Buti

Minha vida, há 32 anos, tem sido o jornalismo diário. E repórter, muitas vezes, na elaboração de uma matéria, precisa falar, num mesmo dia, com atores dos mais diferentes extratos sociais e políticos. Numa matéria, todos tem o mesmo peso. Não adianta o ministro achar aquela medida a mellhor do mundo, se ela não for aceita pelo ascensorista, a costureira, a dona de casa, o motorista de taxi e por aí vai.

Por isso, vamos colhendo informações aqui e ali que resultem em matéria consistente e publicável, ouvindo todas as partes interessadas. O porteiro do prédio, em termos jornalísticos pode ser um personagem tão interessante quanto o ministro e o presidente da República. Numa boa matéria, todos tem boas razões, o governo e a oposição. É do contraditório que se extrai o que pode ser melhor do ponto de vista do leitor.

Meu pai ficava intrigado com esse meu jeito de falar , segundo ele coloquial e até displicente, com gente VIP, o tal do Very Important People. Assim, por telefone, nas horas mais inusitadas do dia.Muitas vezes, quando eu desligava o telefone, nem acreditava com quem eu estava falando...

Às vezes, meu pai achava que eu dava importância demais ao que o motorista de táxi me dizia. E que tratava como trivial o que um ministro tinha acabado de me dizer. Como se houvesse dois pesos e duas medidas para se avaliar o que cada qual tem a dizer sobre o mesmo assunto. Quem sabe mais dos problemas de trânsito? O taxista ou o engenheiro, muitas vezes de fora, que sobrevoa a cidade de helicóptero?

Digo tudo isso porque comecei minha vida profissional como repórter e quero encerrá-la nesta mesma condição. Sempre me foi um suplício outra atividade em jornalismo que não a ligada diretamente ao que acontece. Não gosto de coordenar, de chefiar, só gosto mesmo de, como se diz, 'carregar piano'. No máximo, editar revistas.

Por isso, enquanto muitos colegas que começaram comigo na profissão estão em cargos relevantes na área de comunicação pública e privada, inclusive com agendas de palestra no Brasil e no exterior, eu continuo nesse meu humilde mister de escrever diariamente sacrossantas linhas. É o que mais gosto.

Não levo jeito para defender causas, nem partidos, nem para fazer meio de campo entre a alta hierarquia dos meios de comunicação e o reportariado. Sou chata e sem um pingo de paciência, devo confessar. Nunca estudei pra concurso público. Por isso, já em idade de me aposentar continuo no trabalho duro diário. Também não sei como se aposenta da paixão pela escrita..


Então, foi assim que, estando em Ouro fino, com alguma relutância aceitei o convite da Professora Célia para conversar com seus meninos. Não estou acostumada a este tipo de exposição. Mas o convite foi tão carinhoso e cheio de expectativas que aceitei. E foi muito bom ter aceito porque simplesmente adorei!
Conversamos sobre jornalismo, sobre a importância da informação, sobre internet, blogs e o Twitter. Fiquei muito feliz com esse encontro e quero repetí-lo. Achei as crianças e adolescentes do Coronel Paiva lindas em seus uniformes e mochilas para todos os gostos. Pareceram-me bastante gentis e interessadas. Estão certamente em boas mãos. Beijos a todos e meu obrigado à Professora Célia.

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