sábado, 31 de outubro de 2009

Antes que tudo seja carregado pela chuva do tempo, até nossas lágrimas...

Não se ouve mais a palavra alpendre. Mas era essa pequena área aberta, antes da porta da sala de visitas que davam charme especial às casas do interior. E alpendre tinha que ter algum enfeite como colunas e seus capitéis e recortes no viga de sustentação do teto e no murinho que recebia o portão.
Estas colunas ganharam ainda mais relevância em contraste com a parede colorida da casa do vizinho...
As colunas das fotos acima enfeitam o alpendre de uma das casas de minha infância e juventude. A casa onde viveu Dona Leonina, mãe do meu tio Mário Siqueira, que foi casado com a irmã mais nova de minha mãe, Isolet Pellicano.
Nesta casa viveu Dona Leonina até se despedir dessa vida. Também viveu meu tio Mário, nos últimos 30 anos. Não quis acompanhar mulher e filhos que se mudaram para Brasília. Homem da roça o que faria naquele asfalto todo?
A varanda da casa não tinha o conforto de um peitoril suficiente para que os moradores se debruçassem para acompanhar o movimento da Avenida Delfim Moreira. Então era nessa janela que Dona Leonina e depois meu tio Mário, recentemente falecido, passavam as tardes.

Depois da morte de meu tio, minha prima Maria Elisa, que tinha a posse da casa, colocou-a venda. Já deve ter novo proprietário porque a placa de vende-se não está mais lá. Está fechada e triste. Qual será o seu destino? Dizem que é a demolição para dar espaço a outro ponto comercial. E assim a velha avenida de casas na cidade que abrigavam de gente da roça, vai mudando de feição.

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