quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O melhor arroz doce era o da Vó Quinha do Flávio, da Marta Pellicano, do Nado, do Cau...da Dulce Helena...


Não troco arroz-doce por nenhuma torta, bolo, pudim, e tudo o mais que faz nossos olhos saltarem de gula e a boca cheia de saliva.

Tenho paixão por arroz-doce, mas não por qualque arroz-doce. Tem que ser branquinho, cremoso e se possível sem a ajuda de leite condensado. Como arroz doce quente, orno, frio, gelado. Com ou sem acanela. Com ou sem cravo-da-Índia. Não gosto de côco e nem de açúcar queimado no arroz doce.

O meu arroz doce predileto está na cristaleira da casa da Vó Quinha, Dona Mariquinha, a avó e mãe de criação da tia Graçy Guimarães , que foi casada e depois viúva do irmão de minha mãe, Ido Pellicano. Vó Quinha também criou como filhas outras duas irmãs de tia Gracy, a tia Lourdes que ainda mora em Ouro Fino e completou 93 anos neste mês de outubro e da tia Zaíra, que mora em São Lourenço. Tia Lourdes faz até hoje o mais maravilhoso dos crochês com linha finíssima e sem óculos. Adora uma novela.

O meu arroz-doce predileto era feito à tarde, depois do almoço, enquanto ainda estávamos no Grupo Escolar Coronel Paiva. E a panela aguarda embaixo de um pano de prato alvíssimo que, esganados, tracemos tudo o que ficou grudado no fundo e nas laterias. Muito bom!!!

O ruim do arroz-doce da Vó Quinha é que ele nunca foi suficiente para acabar com nossa esganação. Quanto mais comíamos, mais queríamos. Vó Quinha morreu com cem anos. Foi dona de Hotel, Sá. É aquele terreno vazio emurado, em frente da Estação Ferroviária. O edifício foi demolido. Crochetou a vida inteira. Era brava e exigente. Nas camas de crochê impecavelmente arrumadas ninguém se atrevia a sentar. Dava-nos cada bronca! Nunca foi de muitos afagos. E não tinha papas na lígua. O que tinha de falar, falava na lata.

Mas me explico, lembrei-me aqui do arroz-doce de Vó Quinha porque ao pesquisar sobre Nina Salvi, a escritora de temas infantis, fiquei sabendo que ela é de Curvelo. Foi nesta cidade que duas décadas atrás comi num bar do centro o melhor arroz-doce do mundo. Depois, é claro, do arroz-doce da Vó Quinha. Saudades!

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2 comentários:

  1. Olá, neto da vo' Quinha, aqui fala a neta da vo' Noemia, ou Nina Salvi. Será possível que exista outro arroz doce bom como o da minha avó? Será que elas duas, vó Quinha e vó Noemia, trocavam receitas? Obrigada pela lembrança tão boa. Um abraço, Mariana H Salvo Souza

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  2. Olá, neto da vo' Quinha, aqui fala a neta da vo' Noemia, ou Nina Salvi. Será possível que exista outro arroz doce bom como o da minha avó? Será que elas duas, vó Quinha e vó Noemia, trocavam receitas? Obrigada pela lembrança tão boa. Um abraço, Mariana H Salvo Souza

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