sábado, 29 de agosto de 2009

Estamos sempre voltando pra casa...


Prezados leitores,
minha sina é escrever.
Se eu acreditasse em vidas passadas me veria um escriba anotando todos os atos de um faraó e depois sendo enterrado com ele. Este escriba me habita há milênios. Nasci repórter. Mesmo antes de interpretá-los, registro os fatos. O que não deixa de ser o primeiro ensaio da interpretação.

Este blog dedico à cidade de Ouro Fino, onde nasceu minha avó materna, Venerina Ceccon Marcílio; meus pais, Dário e Elza. Minha cidade natal e de dois de meus irmãos, Vera e Dante. Talvez vocês que nela moram, nem a reconheçam nos posts deste blog. Porque falarei da cidade do meu coração, da minha cidade inicial, daquela que carrego comigo por onde quer que eu vá. Talvez ela nem exista de fato. É a cidade que sempre reluz em meus sonhos

Digo que sempre estamos voltando pra casa, buscando aquele lugar onde nossas dores tem amparo. Onde nos alimentamos de ambrosia, o néctar dos deuses. A nossa casa existencial, a casa do Pai. Não é sem razão que uma das parábolas bíblicas mais lindas é a do Retorno do Filho Pródigo. Outra é á dos Lírios dos Campos. Todas as duas impregnadas do sentimento que mais nos define como humano: a compaixão.

Foto
Janela da casa onde minha avó Venerina morou todo o tempo de casada, 18 anos, com Giuseppe Pellicano, nascido em Civitta, Calábria, Itália. A foto foi tirada em março de 2009. A janela é encimadapor uma concha marinha, símbolo renascentista da beleza.
Meu avó morreu em 1935, aos 46 anos, de ataque cardíaco, deixando minha avó viúva com nove filhos. Omais novo era ainda bebê, tinha seis meses. A casa fica na avenida Delfim Moreira e virou pontocomercial.

Um comentário:

  1. Foi nesta casa que comecei a estudar. Era aí o Grupo Escolar Bueno Brandão pelos idos de 1958. Me lembro da minha 1a.professora - Marina Pinto Ribeiro. Ela era linda, meiga e carinhosa. Com ela aprendi a ler e escrever.

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