quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Mais docinhos...

Vi pelo menos duas bancas no Mercado Municipal de Ouro Fino, verdadeiras perdições para quem como eu está em luta constante contra o sobrepeso. Esses docinhos quadradinhos, redondinhos de leite, amendoim, faziam a festa quando chegavam em nossa casa de Arapongas, no Paraná. Éramos, então, bem crianças, e sempre que havia algum portador, Vó Ina nos regalava com tais docinhos.
Lembro-me uma vez que os docinhos nem haviam acabado de chegar e chegou uma senhora vizinha cheia de crianças de visita. Minha mãe tratou logo de esconder de nós o pacote para que não comêssemos tudo escondido enquanto conversavam.
Eu e minha irmã Vera reviramos gavetas e prateleiras à procura dos tais docinhos. Não conseguíamos achar e a vizinha não ia embora. Quando a impaciência tomou conta de nós duas começamos a implorá-los, primeiro em voz baixa e depois aos choramingos... Minha mãe vendo que não conseguia resolver a situação sem se embaraçar com a vizinha colocou os docinhos à mesa

Desastre total, as crianças da visita, sem qualquer educação, avançaram sobre os docinhos, deixando bem poucos para nós. Quando, enfim, foram embora minha mãe nos disse: "Bem feito pra vocês!"

Claro que aprendemos a lição. Com visita em casa não é hora de se dizer que está com fome ou pedir aquela delícia escondida.
Doces cristalizados, de abóbora, mamão ou laranja também são minha paixão. Durinhos por fora, macios e úmidos por dentro...
Essas cocadas assadas também são iguarias ourofinenses. Antes era possível achá-las num comercio da Rua 13, bem simples. Basicamente funcionava apenas com um balcão envidraçado, onde os doces eram expostos. Os antigos proprietários já morreram. Mas alguém da família agora toca o negócio, muito bem instalado perto do Estádio da cidade.

Elza Laudentin, viúva de um primo de meu pai, o Aspreninho Favilla, me contou que foi o pai dela quem começou a fazer este tipo de cocada em Ouro Fino e que a receita original era com mel, não açucar. Segundo meu tio Ângelo Pellicano, o pai de Elza também fazia deliciosos pães e foi assim que criou a família.

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